segunda-feira, 5 de abril de 2010

William Gibson



William Gibson Cyberspace <1984> (Ciberespaço)


Em seus romances de ficção científica, a concepção alucinatória de ciberespaço engendrada por William Gibson forneceu o primeiro projeto social e espacial da fronteira digital. Em seu romance Neuromancer, de 1948 - uma narrativa colorida e perturbadora de nossa emergente sociedade de informação - ele acrescentou o termo "ciberespaço" ao nosso vocabulário. Seus escritos exploram as implicações de uma cultura digital e conectada, e tiveram uma enorme influência sobre os cientistas, pesquisadores, teóricos e artistas que trabalharam com realidade virtual. A concepção de Gibson de um espaço inabitado e imersivo que existe nas conexões entre redes de computadores, um espaço arquitetônico fluido que pode expandir-se infinitamente - um convite a "penetrar" na "matriz digital" - que abriu as portas para um novo gênero de formas artísticas e literárias, e deu forma às nossas expectativas sobre o que é possível nos ambientes virtuais.
Em Neuromancer, assim como nos romances posteriores Count Zero (1987) e Mona Lisa Overdrive (1988), a visão de Gibson do ciberespaço, com seus anti-heróis que residem no vazio entre o mundo físico e a rede, ajudaram a dar um vislumbre do pós-humano. A redefinição ciborguiana do ser, desde então, vem sendo elencada em ciber-habitats imersivos tais como MUDs (multi-user dungeon - masmorras multi-usuários), comunidades virtuais e espaços on-line de chat (bate-papo), onde a identidade tornou-se maleável e intercambiável. O mundo virtual estranho e ameaçador de Gibson mescla-se perfeitamente com a mentalidade irônica e desarticulada do final do século 20.

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