Lynn Hershman Transgression <1982> (Transgressão)
A artista midiática Lynn Hershman divide sua obra em duas categorias: B.C. (Before Computers - antes dos computadores) e A.D. (After Digital - após o digital). A linha demarcatória ocorreu por volta de 1980, quando as tecnologias interativas, incluindo computadores pessoais e tocadores de discos laser, tornaram-se comercialmente acessíveis. Em seus primeiros trabalhos de performance e instalações site-specific (lugar específico) (B.C.), Hershman já começara a explorar temas focalizados em assuntos da identidade, da alienação e da dissolução da fronteira entre realidade e ficção.
Seu primeiro trabalho interativo foi Lorna (1982), a semente da arte em vídeo-disco: uma jornada labiríntica através da paisagem mental de uma mulher agorafóbica de meia-idade. A relação passiva de Lorna com as mídias e com a vida justapunha-se à recém-descoberta capacidade do espectador de selecionar e rearranjar as opções de temas, histórias, interpretações e conclusões da narrativa. Em Deep Contact (Contato Profundo), de 1984-89, Hershman usa uma interface de tela sensível ao toque para sugerir que o espectador pode alcançar além da superfície de vidro da obra, a "quarta parede" do computador. Esse tipo de interatividade constitui uma transgressão da tela, transportando o espectador para uma realidade virtual.
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