Allan Kaprow Happenings <1964>
Allan Kaprow cunhou o termo happening no final dos anos 1950 e liderou o movimento entre as luzes brilhantes da cultura popular que caracterizaram os anos 1960. Happenings são notoriamente difíceis de descrever, em parte porque cada um é um evento único, que ganha suas formas com a participação da audiência em cada uma das performances. Simplificando, happenings, como Household, de 1964, têm lugar em ambientes físicos - depósitos, fábricas abandonadas, ônibus, parques etc. - e reúnem pessoas, objetos e situações em surpreendentes justaposições destes elementos. Kaprow vê a arte como um instrumento de expansão da nossa consciência da vida pela promoção de interações inesperadas e provocativas. Para Kaprow, a arte é uma obra continuamente em progressão (work in progress), com uma narrativa que se desdobra ao realizar-se através da participação ativa da audiência.
Kaprow desenvolveu técnicas de provocar uma resposta criativa da audiência, encorajando seus membros a criar suas próprias conexões entre as idéias e os eventos. Essa estratégias narrativas fundamentam-se numa seqüência não linear de eventos e no uso da indeterminação para dar forma ao decurso do happening. O happening era uma constelação de eventos que podiam ser distribuídos através de fronteiras arbitrárias de tempo e de espaço. A descentralização da autoria, dos lugares e da narrativa - aqui unidos apenas peal intenção do artista e a imaginação dos membros participantes da audiência - antecipou a formas não-lineares da mídia digital, que fazem uso de uma tecnologia interativa distribuída em rede para expandir as fronteiras de espaço e tempo.
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