Pierre Lévy Inteligência Coletiva <1994>
O livro de Pierre Lévy, L'intelligence collective: pour une anthropologie du cyberspace (Inteligência coletiva: para uma antropologia do ciberespaço), de 1994, ajudou a dar forma ao diálogo sobre as implicações estéticas e sociais da multimídia, influenciando igualmente artistas e teóricos. Em contraponto à visão distópica de William Burroughs e William Gibson, Lévy aponta para um universo utópico concebido digitalmente, um mundo virtual em que um vasto repositório de informação, a autoria descentralizada, a identidade mutável e uma interação telemática formam um "horizonte interminável" de formas envolventes de arte e comunicação.
Levy identifica um papel ativo para o destinatário da obra de arte, alinhado com uma dramática dissolução do controle autoral por parte de seu criador. Para Lévy, a arte está se tornando um ambiente dinâmico, fluido, mutável, "um plano semiótico deteriorado" no qual "artista" e "destinatário" unem-se numa interação consensual na formação, execução e interpretação da arte. Ele vê o meio digital como uma contínua e colaborativa obra em processo.
De acordo com Lévy, a quebra das noções tradicionais de autoria nos leva em direção a uma transformação cultural. Ele antevê uma sociedade coletiva ligada por redes eletrônicas, com os cidadãos ativamente engajados na "contínua invenção das linguagens e dos signos de uma comunidade". Lévy propõe que a multimídia é um catalisador da evolução social. Ela é, diz ele, a "arquitetura do futuro" - ou a linguagem de uma nova era.
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